Será que Deus é pai? Será que pai é Deus?

José Luís Peixoto, numa das suas obras, escreve que : Se Deus é pai como eles dizem, então deixa-me contar-te um pouco do amor que Deus tem por ti: Deus acredita que o amor que sente por ti é maior do que ele próprio, Deus acredita que os lugares onde está não são todos porque tem a certeza de que o amor que sente por ti é maior do que todos esses lugares, Deus acredita que não sabe tudo porque o amor que sente por ti é maior do que tudo. 

Nos poucos momentos momentos de descontração e leitura que tenho , cruzei-me com esta frase de José Luís Peixoto. Primeiro sublinhei-a. Depois fiquei a pensar no seu conteúdo enquanto saboreava o meu chá de menta. E na minha mente ecoava a interrogação: Será que Deus é pai? Será que pai é Deus?

Hoje simbolicamente associamos este dia, ao dia do pai e novamente me assolou aquela dúvida: Será que Deus é pai? Será que pai é Deus? Será que devemos misturar este sentimento uno e fraterno por quem é responsável por 50 por cento do nosso material genético com uma entidade divina que nunca vimos, nunca sentimos, nunca nos tocou e as vezes até é cruel? Na verdade, se formos sinceros o pai às vezes também é cruel quando nos castiga nos nossos momentos birra ou nas crises de adolescência mas nós vemos o pai, sentimos o pai e ouvimos (quando queremos o pai). A dúvida em vez de se sanar ainda se complica mais nas minhas ideias, pois nas diferentes fases da nossa vida olhamos para os nossos pais com diferentes perspetivas (pelo menos falo por mim): em crianças como pais super-heróis, em adolescentes como pais ditadores (porque não nos deixam voar pelos caminhos que desejamos), em adultos como pais que são o apoio /os avôs dos nossos filhos......
E na verdade nas diferentes fases da nossa vida também olhamos para Deus, enquanto entidade divina (independentemente da religião), de forma diferente: em crianças entendemos a entidade divina como um super-herói que apela ao amor, em adolescentes desligamo-nos da entidade divina e em adultos revoltamo-nos contra a crueldade que esta entidade divina faz a tantos que nós amamos ou então num momento de dor ou de aflição inexplicavelmente é a ele que suplicamos ajuda.

 Penso que a resposta se Deus é pai ou se o pai é Deus, não será uníssona e talvez utopicamente impossível porque na realidade todos temos diferentes crenças, valores e princípios. Alias, conforme formos acrescentando mais variáveis a esta reflexão, como o meio em que vivemos, a nossa educação, os nossos valores, mais difícil vai ficar a resposta.

Para mim, hoje o meu pai é Deus porque tal como a entidade divina ama incondicionalmente os filhos e mesmo quando não está lá eu sei que se lhe ligar ele me vai acudir. Felizmente o meu filho também tem um pai que é Deus porque o ama incondicionamente e conforme ele cresce o vai ajudando a ultrapassar as barreiras.

A todos os pais, Feliz Dia do Pai.

Bj utópico
Dri







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