O dia da Criança....
No dia 01 de Junho festejamos o Dia da Criança, mas só hoje tive tempo de escrever sobre esta data. O Dia da Criança não deve ser só mais uma data para balões coloridos e brinquedos embalados. É um convite à consciência. Um alerta de que, por trás dos sorrisos infantis, há uma realidade que ainda grita por justiça, equidade e respeito. Ser criança é viver com os olhos abertos para o espanto, é transformar caixas em castelos, é colher estrelas no quintal. É acreditar que o mundo pode ser justo, que os adultos sabem todas as respostas e que o amanhã é sempre uma promessa de aventura.
Mas, neste mundo que construímos, quantas crianças têm o direito de apenas ser? Quantas podem brincar sem medo, sonhar sem limites, crescer sem pressa?
Todos os dias, vejo um fosso doloroso entre a teoria e a prática, um sistema jurídico, que apesar de prever garantias robustas, permanece muitas vezes inoperante diante dos direitos das crianças. Como defendo os direitos da criança ainda são uma utopia para muitas infâncias atravessadas pela desigualdade social, pela violência doméstica, pela negligência. Como li outrora, negligenciar uma criança é amputar o seu futuro em silêncio.
A efetividade dos direitos das crianças não depende apenas da sua previsão normativa, mas de uma atuação concreta do Estado e da sociedade civil. E é aí que falhamos — quando olhamos sem ver, ouvimos sem escutar e calamo-nos diante da desigualdade.
No Dia da Criança, mais do que homenageá-las com presentes, precisamos questionar: o que temos feito para que os direitos das crianças deixem de ser uma utopia e se tornem realidade? Que mundo estamos a construir para elas — e com elas?
Acredito que a esperança deve continuar a ser cultivada como flor teimosa no asfalto. Porque ainda acredito num tempo em que toda criança terá voz, vez e valor. Um tempo em que ser criança será, de fato, sinónimo de proteção, afeto e oportunidade.
Feliz Dia da Criança, todos os dias para que o futuro que desejamos para elas comece com as escolhas que fazemos hoje.
Bj utópico
Dri
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