Artigo Noticias do Douro
Este artigo devia ter saido dia 19 de Março mas por lapso da redacção do jornal saiu hoje... Ficaa qui o texto mesmo que desactualizado.
Beijo utopico
Dri
Memoria de um beijo
Entrei em casa. Pousei tudo o que me pesava. Dirigi-me à cozinha e fiz um chá.
Deitei-me no sofá e apaguei todas as luzes. Aí, fiquei a ouvir uma música suave. Há dias que o trabalho, as pessoas, o barulho, me esgotam e sinto necessidade destes momentos em que sozinha e no meio do escuro posso reflectir. Fechei os olhos e deixei que os meus pensamentos voassem pelos acontecimentos do dia e mesmo da semana. A verdade é que nesta semana só se ouviu falar de PPD-PSD, de Governo, de injustiças sociais ou mesmo de casos épicos da Justiça. Basicamente, uma semana réplica das semanas anteriores ou mesmo dos meses que nos antecederam.
No entanto algo balançava no meu pensamento, a questão do bullying. O bullying é um termo inglês usado para descrever actos de violência física ou psicológica praticados de forma intencional e repetida por um individuo indivíduo (bully ou "valentão") ou grupo de indivíduos cujo objectivo é intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Felizmente tive uma infância/juventude feliz. Não tive problemas de perseguição, mas também não persegui ninguém. As razões, para este meu percurso normal de infância/juventude, podem ter sido múltiplas: desde a família, a educação que me foi transmitida, o meio onde me inseria ou mesmo a escola que frequentei.
No entanto este problema preocupa-me. Aliás devia ser um alerta para toda a sociedade, mas principalmente para quem tem debaixo da sua tutela filhos menores. O processo infância/adolescência é complicado ou mesmo complexo e, por vezes, não sabemos lidar com ele. No entanto, sabemos lidar com a educação que damos às pessoas com quem convivemos. Senão vejamos, não tenho filhos, nem sobrinhos, mas tenho primos e isso faz de mim um ser humano que deve transmitir certas normas, princípios e valores civilizacionais de forma a impedir que estas crianças se tornem violentas.
Mesmo sendo uma “outsider” tentei encontrar uma forma de entender estas crianças que massacram, perseguem ou mesmo maltratam por puro prazer. A verdade é que me surgiram várias hipóteses: a família, a sociedade, as amizades e mesmo a escola. Sucede que, não consigo analisar as mesmas de forma estanque pois na realidade estas encontram-se interligadas. Hoje em dia o conceito de família, que a sociedade actual aceita, resume-se a dois seres humanos que procriaram por pressão da sociedade, mas que devido a múltiplas situações, nomeadamente trabalho, não tem tempo para educar. Assim estas crianças crescem sozinhas ou na companhia umas das outras ou mesmo através da internet, isto é, crescem a explorar sites como o facebook ou o hi5 ou mesmo locais de conversação como é o caso do messenger. Nestes sítios procuram pessoas mais velhas, fazem-se passar por adultos e depois, em troca de conversas, absorvem aquilo que a sociedade tem de prejudicial e que eles não conseguem entender.
E os pais? Os pais estão na sala convencidos, muitas vezes, que os filhos estão a dormir, mas esquecem-se que no Natal lhes deram um computador com acesso à internet para trabalhar, no quarto, ou que no seu aniversario lhes deram um telemóvel táctil de ultima geração que lhes permite ligação à internet. Por isso, o problema pode residir nas famílias, mas em interacção com a sociedade e com a escola que lhes permitem o acesso a funcionalidades que são alvos de prejudicialidade. Outras situações podiam ser exploradas, mas no essencial seria importante que governo, escolas, pais e sociedade se unissem para romper com este problema que afecta tantos jovens.
Entre estes pensamentos, lembrei-me que brevemente se comemora o dia do pai. Lembrei-me, então, que tinha de me deslocar a um centro comercial para adquirir um presente. Aproveitei o tempo de descanso para pensar em prendas. Pensei em livros, cd’s, uma peça de roupa ou mesmo um objecto pessoal, mas conclui que, no meu entender, não seriam presentes adequados ao dia em causa. Então, decidi que nesse dia o presente para o meu pai seria um beijo. A explicação é simples. Senão vejamos, o livro fica na prateleira, o cd empresta-se, a peça de roupa esquece-se no armário e o objecto pessoal também fica guardado. Mas, a memoria de um beijo é única, não a podemos partilhar, mas podemos recordar sempre.
Beijo utopico
Dri
Memoria de um beijo
Entrei em casa. Pousei tudo o que me pesava. Dirigi-me à cozinha e fiz um chá.
Deitei-me no sofá e apaguei todas as luzes. Aí, fiquei a ouvir uma música suave. Há dias que o trabalho, as pessoas, o barulho, me esgotam e sinto necessidade destes momentos em que sozinha e no meio do escuro posso reflectir. Fechei os olhos e deixei que os meus pensamentos voassem pelos acontecimentos do dia e mesmo da semana. A verdade é que nesta semana só se ouviu falar de PPD-PSD, de Governo, de injustiças sociais ou mesmo de casos épicos da Justiça. Basicamente, uma semana réplica das semanas anteriores ou mesmo dos meses que nos antecederam.
No entanto algo balançava no meu pensamento, a questão do bullying. O bullying é um termo inglês usado para descrever actos de violência física ou psicológica praticados de forma intencional e repetida por um individuo indivíduo (bully ou "valentão") ou grupo de indivíduos cujo objectivo é intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Felizmente tive uma infância/juventude feliz. Não tive problemas de perseguição, mas também não persegui ninguém. As razões, para este meu percurso normal de infância/juventude, podem ter sido múltiplas: desde a família, a educação que me foi transmitida, o meio onde me inseria ou mesmo a escola que frequentei.
No entanto este problema preocupa-me. Aliás devia ser um alerta para toda a sociedade, mas principalmente para quem tem debaixo da sua tutela filhos menores. O processo infância/adolescência é complicado ou mesmo complexo e, por vezes, não sabemos lidar com ele. No entanto, sabemos lidar com a educação que damos às pessoas com quem convivemos. Senão vejamos, não tenho filhos, nem sobrinhos, mas tenho primos e isso faz de mim um ser humano que deve transmitir certas normas, princípios e valores civilizacionais de forma a impedir que estas crianças se tornem violentas.
Mesmo sendo uma “outsider” tentei encontrar uma forma de entender estas crianças que massacram, perseguem ou mesmo maltratam por puro prazer. A verdade é que me surgiram várias hipóteses: a família, a sociedade, as amizades e mesmo a escola. Sucede que, não consigo analisar as mesmas de forma estanque pois na realidade estas encontram-se interligadas. Hoje em dia o conceito de família, que a sociedade actual aceita, resume-se a dois seres humanos que procriaram por pressão da sociedade, mas que devido a múltiplas situações, nomeadamente trabalho, não tem tempo para educar. Assim estas crianças crescem sozinhas ou na companhia umas das outras ou mesmo através da internet, isto é, crescem a explorar sites como o facebook ou o hi5 ou mesmo locais de conversação como é o caso do messenger. Nestes sítios procuram pessoas mais velhas, fazem-se passar por adultos e depois, em troca de conversas, absorvem aquilo que a sociedade tem de prejudicial e que eles não conseguem entender.
E os pais? Os pais estão na sala convencidos, muitas vezes, que os filhos estão a dormir, mas esquecem-se que no Natal lhes deram um computador com acesso à internet para trabalhar, no quarto, ou que no seu aniversario lhes deram um telemóvel táctil de ultima geração que lhes permite ligação à internet. Por isso, o problema pode residir nas famílias, mas em interacção com a sociedade e com a escola que lhes permitem o acesso a funcionalidades que são alvos de prejudicialidade. Outras situações podiam ser exploradas, mas no essencial seria importante que governo, escolas, pais e sociedade se unissem para romper com este problema que afecta tantos jovens.
Entre estes pensamentos, lembrei-me que brevemente se comemora o dia do pai. Lembrei-me, então, que tinha de me deslocar a um centro comercial para adquirir um presente. Aproveitei o tempo de descanso para pensar em prendas. Pensei em livros, cd’s, uma peça de roupa ou mesmo um objecto pessoal, mas conclui que, no meu entender, não seriam presentes adequados ao dia em causa. Então, decidi que nesse dia o presente para o meu pai seria um beijo. A explicação é simples. Senão vejamos, o livro fica na prateleira, o cd empresta-se, a peça de roupa esquece-se no armário e o objecto pessoal também fica guardado. Mas, a memoria de um beijo é única, não a podemos partilhar, mas podemos recordar sempre.
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