"A contrario" de Luis de Camoes

Regressada de um casamento, não resisto a abrir o computador sentada em cima da cama para escrever ao som de uma musica calma. Claro que não vou fazer comentários ao casamento pois o mesmo pautou-se por dignidade e discrição. Um casamento soft mas com glamour. Alias onde a beleza do amor dos noivos se entrelaçou com a juventude dos mesmos e a juventude dos convidados do mesmo.


No entanto, em certas alturas, como mulher que sou, não resisti a sentar-me e apreciar a festa. Apreciação essa que me levou a potenciar a questão de como sentimos o amor de formas diferentes. Adoro observar as pessoas, os seus gestos e mesmo as suas atitudes. O poder de observar mostra-nos a sua essencia e tantas vezes permite que os seus olhos ou mesmo gestos nos contem o que move a sua alma.

Hoje observei o amor, ou seja, amor que se ve entre os noivos, pais e filhos, irmaos mas tambem a falta de amor ou mesmo o recordar de um amor distante. Alias diria mesmo que atraves da observação das pessoas este sentimento contraria a definição de Luis de Camoes de amor como "fogo que arde sem se ver" . A verdade é que o amor é uma emoção, um sentimento.que se ve, se sente, se ouve ou mesmo se degusta. Pode parecer uma conclusao demasiado obvia mas que senti ao olhar para os convidados que componham aquele casamento.

Senao vejamos, o amor viu e sentiu-se naqueles dois jovens que hoje assumem um novo projecto nas suas vidas. O amor sentiu-se e viu-se nas familias destes dois jovens que acarinharam os mesmos ou mesmo quando os mesmos partilharam com a familia os pequenos momentos de felicidade. O amor sentiu e viu-se nos casais que como convidados com as suas familias partilharam emoçoes riram e criaram entre eles momentos de alegria. O amor sentiu-se e viu-se quando casais recordavam o seu casamento. O amor viu-se nos convidados mais jovens que acompanhados de namorados e namoradas apreciavam os momentos com pequenos momentos de carinho.
No entanto, o amor nem sempre se ve ou ouve ou sente associado a felicidade. Encontrei olhos perdidos pela solidao de estar so num dia destes, olhos emocionados por as imagens de amor relembrar tempos de outrora, olhos tristes porque deixaram de acreditar neste sentimento, olhos revoltados porque acreditam que o amor e um sentimento ingrato.

Talvez o padre da homilia, entenda que o amor é assim e acima de tudo abnegação do outro porque isso é o verdadeiro sinonimo de amor. Mas sou tentada a voar mais longe, sou tentada a pensar que o amor é uma balança dificil de equilibrar. Uma balança onde os pratos correspondem a felicidade e a tristeza, ou seja, Pratos que na minha optica não deviam sempre andar equilibrados pois a felicidade trazida pelo amor na uniao de dois seres devia ser superior a tristeza de sentir que o amor fugiu entre as maos como uma gota de agua que se esvanece. Enfim um sentimento complicado, mas que na minha observação, me fez pensar que aquilo que vi se resume a uma grande magoa de muitos pelo amor, ou seja, por um amor dificil que já teve momentos de felicidade ou de um amor que fugiu e deixou a viver na solidao.

Talvez o post pareça muito lamecha ou emotivo mas a verdade é que cada vez mais concluo que ganhavamos mais nas relações interpessoais se observassemos os nossos amigos, quem nos rodeia e acima de tudo lhe observassemos os seus olhos pois os mesmos nos vao mostrar a sua alma. Enfim pletei-o pelo fim do egoismo puro e por ideias pre concebidas como que o amor e fogo que arde sem se ver porque este ve-se nas atitudes, sente-se no toque e ouve-se nas palavras.

Paralelamente, a este pensamento divergente de Camoes, vou continuar a observar. Espero que com as minhas observações o meu amor por mim e por aqueles que eu amo lucre porque os posso ajudar. O casamento de hoje para mim chegou ao fim mas espero que o amor perdure entre aqueles jovens, tal como espero que os olhos perdidos, tristes e confusos com este sentimento encontrem seu rumo.

bj utopico
Dri

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