quarta-feira, 1 de outubro de 2025

A música e eu

Cresci com a música. Não apenas com os sons que vinham da rádio ou do walkman, mas com a música que o meu pai carrega dentro dele.

Ele tem o hábito de encher o silêncio com melodias, com acordes que entram pela sala, atravessam as paredes e se escondem na memória.

Foi assim que desde pequena aprendi que a música não é apenas som. A música é presença, é afeto que se transforma em notas, é uma herança invisível que molda quem somos, sem pedir licença. A música está em tudo desde o respirar lento das manhãs, no silêncio carregado de lembranças, no barulho da rua, no riso que escapa sem pedir licença ou até mesmo na tristeza que dá ritmo ao choro ao embalar um coração cansado.

A música fez parte da minha infância e da minha adolescencia, mas sempre me acompanhou em todos os caminhos que percorro. E hoje esta ligação à musica atravessa gerações e idiomas com o meu filho e os meus sobrinhos.

Com a música hoje vejo um avô que oferece canções como quem oferece colo. E um neto que recebe notas musicais como quem recebe raízes. E, juntos, criam um espaço onde o tempo não para, porque o que vibra é eterno.

Talvez seja isso a música: um abraço que não conhece idade. 

E quando o dia parece mudo, basta fechar os olhos para que alguma nota escondida desperte dentro de nós.

Bj utópico

Dri


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