Casa


 O ponteiros do relógio marcavam 16:30. A diligência chegou ao fim e posso regressar a casa . Na porta do tribunal sinto o cheiro a terra molhada e sinto os pingos da chuva a cair na pele. Não corro até ao carro …. Deixo que os pingos da chuva , refresquem o calor do dia , o calor da diligência …. Arranco a caminho de casa e a rádio passa a música Casa dos Dama com Buba Espinho.

Aumento o som. Concentro-me na letra e fixei o verso : Nós somos Casa, Bagunça e Viagem para o resto da vida. Este verso fez-me reflectir no conceito de casa . Passei a tarde, em conjunto com outros colegas , a partilhar as “casas” de muitos herdeiros. E entre euros , cêntimos , paredes , histórias , a verdade é que para aqueles homens e mulheres aquelas “casas” são portos de abrigo onde encontram refúgio , acolhimento e afecto. São os lugares onde cresceram , onde podem ser eles mesmos , onde a verdade prevalece e a saudade lhes lembra as memórias felizes. 

Mas hoje, nesta tarde chuvosa, só com ajuda dos advogados conseguiram racionalmente partilhar estás memórias , estas casas….pois entre todos o sentimento de pertença é vivido de forma diferente .

Talvez um dia , todos os eles, entendam que aquelas casas são mais que um abrigo físico . Elas são o palco da vida deles onde se desenrolaram os momentos mais significativos da sua vida .  É onde as gargalhadas ecoam nos corredores, as lágrimas foram enxugadas e os sonhos dos mesmos ganharam forma.

Independentemente do raciocínio jurídico , para a minha vida eu quero ser Casa, Bagunça e Viagem para o resto da vida..

Bj utópico

dri 


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