Romeiro quem es tu?

Deixo-vos aqui o artigo da semana no Noticias do Douro: Romeiro quem es tu?

Quando frequentava o ensino secundário uma das obras que me marcou foi o Frei Luís de Sousa. Apesar da obra escrita por Almeida Garrett decorrer no século XVI, o texto continua bastante actualizado no século XXI. O livro em causa caracteriza-se por ser um drama romântico, no entanto possui algumas características do período clássico: o nacionalismo, o patriotismo, a crença em agoiros e superstições, o amor pela liberdade (elementos românticos); indícios de uma catástrofe, o sofrimento crescente, o reduzido número de personagens, peripécias, o coro (elementos clássicos). Um dos temas mais importantes da obra é, sem dúvida, a liberdade de amar, mesmo contra as convenções sociais da época.
Hoje em dia, os jovens não lutam pela liberdade de amar, mas contra as suas dúvidas existenciais. Uma das dúvidas que, actualmente me assola é quem é o homem que se diz nosso PM. Acreditem que tentei não escrever, mais uma vez, sobre o PM, mas os seus actos diários criam-me uma irritação na ponta dos dedos e sinto vontade de escrever. Tudo surgiu com o caso Freeport. Inicialmente não valorizei o caso entre a ligação familiar de José Sócrates e os administradores do Freeport. Mesmo sentindo que os mass media estavam a criar um alarido à volta do assunto. Não obstante, ouvi as declarações do nosso PM em que admitia não se recordar de nenhuma reunião com os administradores do Freeport quando este era Ministro do Ambiente.A verdade é que enquanto o caso Freeport era discutido por todos os portugueses, a polícia inglesa continuava a sua investigação enviando para Portugal uma carta Rogatória às autoridades portuguesas indicando que José Sócrates pediu ou recebeu dinheiro no processo do licenciamento do Freeport de Alcochete quando era Ministro do Ambiente. Mesmo com esta carta Rogatória, o nosso PM continua a fugir ao assunto, às declarações sobre a família e aos seus negócios. Perante esta atitude questiono-me: PM, quem és tu? Todavia este “romeiro” é mudo e eu, como todos os portugueses, fico no silêncio e a esperar que a polícia portuguesa e a policia inglesa se entendam e cheguem a alguma conclusão (o que acho difícil, pois todos vimos o que aconteceu no caso Maddie). Apesar do silêncio, outras questões se levantam: será que esta atitude é a mais correcta? Será que este devia ir ao Parlamento explicar a situação? Será que vamos esperar que surjam mais indícios? Face aos indícios e às provas da polícia inglesa, em minha opinião, este deveria ir ao Parlamento explicar os trâmites do licenciamento do Freeport, explicar ao país a situação e demitir-se da sua posição de PM. A sua demissão acenderia a política portuguesa, no entanto acredito piamente que sairia pouco fragilizado com estes negócios obscuros em que o incluem.
Não podemos esquecer que somos um país que tem exemplos como Fátima Felgueiras, Isaltino Morais ou mesmo Valentim Loureiro que continuam como governantes... Quando menos esperarmos somos uma cópia de Itália, só nos falta a Máfia, Veneza e o gosto por massa. Sem dúvida que as contradições do nosso PM, fazem-me pensar que afinal não conhecemos mesmo este homem que guia os destinos deste país e aquilo que vamos descobrindo é tão negativo que cresce em mim vontade de não o tornar a ver a liderar o país.
Sem resposta, à pergunta quem é este “romeiro”, espero pelo acordar da cidade enquanto a lua vai banhando este lugar e eu continuando a escrever sobre as inquietudes de Portugal, e porque não do Mundo.

bj utopico
Dri

Comentários

Anónimo disse…
Apenas digo:

Continua!

:)
Jokitas

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