terça-feira, 26 de outubro de 2021

O casamento é um estado acessório ?

“Hoje em dia, os ideais de realização pessoal que cada um vorazmente persegue secundarizaram o casamento. O casamento é um estado acessório que todos retardamos. As pessoas continuam a casar-se numa ou noutra altura da vida, mostrando que a normatividade social do casamento se mantém. O que foi desaparecendo foi a ideia do casamento como uma âncora individual, a estrutura estável onde as paixões e os impulsos de cada um se domesticam. A felicidade passou a depender de uma espécie de emotivismo permanente, desligado de regras e compromissos duradouros.” Pedro Lomba - (Diário de Notícias, 10 Julho 2008). O extrato do artigo é do ano de 2008, mas na minha perspetiva continua extremamente atual.

No entanto, há dias que nos cruzamos em consulta com pessoas que amam para toda a vida e não se resignam a renunciar a esse casamento ou a esse amor, mesmo quando o outro diz não.  E aí surge a dificuldade, como é que dizemos a esta mulher que não adianta manter à "força" o casamento? Como lhe dizemos que até entendemos que possa amar mas ele já encontrou outro caminho? Como lhe dizemos que o casamento é um contrato?

Mas a verdade, é que o laço do casamento é um contrato onde deve prevalecer uma comunhão pessoal e não patrimonial. No fim da consulta, ouvi a frase: "a doutora é muito fria porque não encontra nenhuma lei que mantenha o meu amor". Lamento, mas a minha cadeira de escritório não é um divã do psicólogo ou um confessionário. A cadeira de madeira onde se sentam na sala de reuniões sustenta os princípios jurídicos que regem a nossa lei civil com dignidade para a pessoa humana. Por isso lhe disse de forma directa: na diligência em prol da sua dignidade e respeito por si diga sim ao seu divórcio.......

Por isso amigos psicólogos , a dor de amar para sempre fica convosco. 
Como canta a Carminho:

Amor que se deu mas numa distância,
Distância que nos fez acreditar
Que é essa que dá real importância
À liberdade que é poder e saber amar.

Bj utópico
Dri







domingo, 10 de outubro de 2021

Ana Lee….


Os dias de Outono são um híbrido temporal : dias frios , dias quentes, dias amenos … Mas apesar do calor que aqueceu a manhã numa esplanada num domingo , na noite o ritual do chá começa a instalar-se . 

E agora deitada no sofá a olhar para o céu e a beber o meu chá , lembrei da música dos GNR: eu bebi sem cerimónia o chá …. 

E na verdade “ o ópio do povo” são as amizades e as consequências das mesmas: os momentos em que as gargalhadas ecoam , os momentos em que damos os abraços que temos em lista de espera , o momento em que vemos os nossos filhos juntos , o momento em que vale a pena ter saudade ….

Vou continuar a beber o chá, a ouvir GNR e na esperança de ver uma estrela cadente.

Bj utópico 

Dri


Os jantares de Natal....

Há jantares de Natal que começam no calendário em Novembro. Ontem foi um deles. Na verdade, os membros deste jantar chegaram à minha vida se...